quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Goiabada

Nasceu, cresceu, morreu
Cumpriu todos os seus deveres
Não procriou, coisa de pouco importância
Pra que tanto narcisismo?

Viveu...

Dias bons e dias ruins
Chuvas intensas e um pleno Sol
Brincadeiras, jogos e afins
Momentos de orgulho, momentos de dó

Sentiu crescer dentro de si
Algo estranho, tão diferente
Algo que batia forte
Ao ver aquele pedaço de gente

Guardava palavras e sentimentos
Até que as voltas do mundo
Lhe trouxeram uma surpresa

Olhares tímidos em pedaços de ar
Passos tortos à caminho do céu
Foi um banho gelado de mar

Indiferença salgada
A traição tecida com fios de nuvem
Crueldade nos detalhes do falar

Ao primeiro que deixou que entrasse
Dirigia agora apenas seu ódio e rancor
Maldita alma que de amor gritou
Bendito ferro que o grito calou

O beijo frio
O mais doce da sua vida
Chupava todo o calor
De seu corpo pela nova ferida

Finalmente conseguiu
Pôr cor àquela vida cinza
Vermelho tingia o amor
Negado por todos, querida

Nasceu, cresceu, morreu
Cumpriu todos os seus deveres
Se levantou devagar, estava vida
Foi apenas um sonho, tudo continuava cinza

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