Como nos fundos mais fundos
É naquele que encontro meu repouso
Cheio de brilhos, simples mundos
Desinteresse tão profundo
É como se nada desse mundo
Pudesse tocar sua alma
Pudesse abalar sua calma
Pudesse te fazer chorar
E sei que também choras
Mas por trás das lentes escuras
Dos reflexos de Sol
Onde ninguém te veja, e você seja
Somente sua, alma individual
Falo com as nuvens
Pois não adianta falar com teus ouvidos
Que parecem estar sintonizados
Em qualquer rádio de um planeta distante
Onde existe um lugar só pra você
E é o que escrevo pelas paredes
É o que grito pelas passagens
É o que escuta nos ruídos
É o que vejo nas imagens
Felicidade estabanada
Ambígua, desesperada
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Sal dá de...
Oh! sal dá de você.
Sal dá, de mar a mar.
Se a "solda" não o derreter,
o Sol derreterá.
Oh! saudade. Você,
Sol, dá de cá pra cá.
Se és só, há de doer,
se és sã há de amar.
Há sais onde há mar.
Vá, sai, pr'onde há ar.
Há sóis nó beijo, seu.
A sós, só sei amar.
Areia, terra e sal.
Só há rei na Terra do Sol.
"A", letra vogal.
"S", Rei do Plural.
Cavam,
As pás.
Idem,
Aspas.
Amar dá saudade.
Sal dá, de mar a mar.
O Sol na Lua se esconde.
Há noite, se há mar...
À noite se amar.
Sal dá, de mar a mar.
Se a "solda" não o derreter,
o Sol derreterá.
Oh! saudade. Você,
Sol, dá de cá pra cá.
Se és só, há de doer,
se és sã há de amar.
Há sais onde há mar.
Vá, sai, pr'onde há ar.
Há sóis nó beijo, seu.
A sós, só sei amar.
Areia, terra e sal.
Só há rei na Terra do Sol.
"A", letra vogal.
"S", Rei do Plural.
Cavam,
As pás.
Idem,
Aspas.
Amar dá saudade.
Sal dá, de mar a mar.
O Sol na Lua se esconde.
Há noite, se há mar...
À noite se amar.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Aorta
Veja que...
a inveja vai bater na sua porta,
pela sua beleza morta,
por sua reta-vida torta,
quando chover na sua horta..
Sem cereja na minha torta
ou a faca que corta,
e faz sangrar a minha Aorta,
quando viva ou quando morta.
É a vida de um mortal,
queira bem ou queira mal,
por a roupa no varal
para seca-la, o vendaval
e esperar pelo presente futuro
roendo a vida...
osso duro.
a inveja vai bater na sua porta,
pela sua beleza morta,
por sua reta-vida torta,
quando chover na sua horta..
Sem cereja na minha torta
ou a faca que corta,
e faz sangrar a minha Aorta,
quando viva ou quando morta.
É a vida de um mortal,
queira bem ou queira mal,
por a roupa no varal
para seca-la, o vendaval
e esperar pelo presente futuro
roendo a vida...
osso duro.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Good Man, Benny!
Me encontro no vazio
Nas pausas, nos silêncios
Sinto o frio dos que sentem
Subir na pele o calor
Procuro respostas
Encontro umas bostas
Que uns chamam de conselhos
Outros de pura bobagem
Tagarelagem e babaquice
Vivo andando em silêncio
Tagarelando com os pássaros
Embriagado de idéias
Que insistem em ficar trancadas
Reclusas em minha caixa craniana
E em minha outra caixa
Toraxicamente gritam diferentes
Gentes pequenas internas
Impacientes
Pff...
Sentimentos...
Quem liga?!
Nas pausas, nos silêncios
Sinto o frio dos que sentem
Subir na pele o calor
Procuro respostas
Encontro umas bostas
Que uns chamam de conselhos
Outros de pura bobagem
Tagarelagem e babaquice
Vivo andando em silêncio
Tagarelando com os pássaros
Embriagado de idéias
Que insistem em ficar trancadas
Reclusas em minha caixa craniana
E em minha outra caixa
Toraxicamente gritam diferentes
Gentes pequenas internas
Impacientes
Pff...
Sentimentos...
Quem liga?!
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
A Hora do Tempo
Chega de falar de tempo!?
Eu juro que tento,
Mas sempre me atento
Ou simplesmente há
Num pensamento
tempo e vento.
Vento, não vendaval.
Tempo, não o jornal.
Mais claro que a luz.
Não te ilumina...
Não tira o capuz
Nem na piscina.
Afoga-se nas idéias.
Afaga-me com ideais.
Se falha na folha,
Se fala em folia.
Se saca a rolha
Se segue o dia,
a semana, o mês.
Lamenta da vida,
E de
Tudo que já fez
Parado, assentado,
Em sua insensatez.
Mas,
Espere os centavos,
Terá sua vez.
Eu juro que tento,
Mas sempre me atento
Ou simplesmente há
Num pensamento
tempo e vento.
Vento, não vendaval.
Tempo, não o jornal.
Mais claro que a luz.
Não te ilumina...
Não tira o capuz
Nem na piscina.
Afoga-se nas idéias.
Afaga-me com ideais.
Se falha na folha,
Se fala em folia.
Se saca a rolha
Se segue o dia,
a semana, o mês.
Lamenta da vida,
E de
Tudo que já fez
Parado, assentado,
Em sua insensatez.
Mas,
Espere os centavos,
Terá sua vez.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Mentirosamente
Sinceramente
Sutilmente
Delicadamente
Suavemente
Atenciosamente
Verdadeiramente
Loucamente
Simplesmente
Levianamente
Descuidadamente
Agressivamente
Porquemente?!
domingo, 6 de dezembro de 2009
Spleen
Sinto muito...
...Mal
Um tanto quanto banal
Medo ou receio
Semântico anseio
Romântico remorso
Invariável, inabalável
Só.
Um vazio criativo
Nada mais de ativo
Sintonia equivocada
Sintonia equivocada
Chega! Não falo mais nada.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Reticências
Tão inesperado quanto começou
Acaba
Me jogo de corpo inteiro
No último suspiro da minha juventude
Até parece que sou o primeiro
A enfrentar a inquietude
Dessa a vida apenas se leva
Alguns momentos guardados no bolso
Dessa vida apenas se leva
O amor
E deixa correr essas lágrimas
Pra que lavem bem
E cuidem de não deixar
Nem uma mancha de remorso ou azar
Nem um rancor ou mal-entendido
Nada que possa ser perdido
Deixa que corram agora
Pra que depois
Anos após
Não sobrem mais lágrimas de saudade
Apenas o riso de euforia
De uma certeza de quem viveu
Uma vida bem vivida
terça-feira, 24 de novembro de 2009
.38
Vivemos sozinhos
Completamente abandonados
À deriva de tudo e de todos
Simplificados
Beijar o frio aço
Perder-se no espaço
Ver de longe toda a vida
Desatar mais um laço
Se de nós fez-se vida
De todos nós fez-se ilusão
Apenas a doce incerteza
Da beleza da solidão
Bandeira branca levantada
Logo no chão pisoteada
Tento escarrar a maldita boca
"Me beija, desgraçada" (rouca)
Somos o que fomos
Andando em círculos
Tolos fomos mais que somos
Seremos serenos
Tão... pequenos
Já não me resta saliva
E o esforço que faço
Mede quanto minha vida
Se perdeu no teu espaço
Infinito particular
Que espero encher
Com as bebidas que mais gostar
Beijar o aço
Perder-se no espaço
Me desfaço
Em mil pedaços
Despeço
Te peço
Sim.
Dia a Dia à Noite
De noite faz sol.
De dia faz lua.
De dia faz noite.
De sol faz-se a lua.
De sol faz-se a noite.
De lua, à dias.
À noite faz sol.
Faz lua, de dia.
Hoje, sol e lua.
Amanhã, lua e sol.
Ontem, houve lua.
Hoje, o ouve só
e
Cheio de oxigênio !
Cheiro o oxigênio.
Chaga de oxigênio !
Dia, noite e dia.
Ontem, hoje e ontem.
Haverá, há e havia.
Dia, noite e dia.
De dia faz lua.
De dia faz noite.
De sol faz-se a lua.
De sol faz-se a noite.
De lua, à dias.
À noite faz sol.
Faz lua, de dia.
Hoje, sol e lua.
Amanhã, lua e sol.
Ontem, houve lua.
Hoje, o ouve só
e
Cheio de oxigênio !
Cheiro o oxigênio.
Chaga de oxigênio !
Dia, noite e dia.
Ontem, hoje e ontem.
Haverá, há e havia.
Dia, noite e dia.
A Máquina
_Bom dia.
_Bom seria se fosse algo que não fosse noite ou dia.
_O que te aflige?
_É o cru dessa cidade que, não vive, apenas finge.
_Talvez você não a conheça direito.
_Talvez a culpa seja do prefeito.
_Que nada, Companheiro, o buraco é mais embaixo.
Deixa-me te mostrar o que é que eu acho.
...
_ Veja só, eis, então, a grande cidade.
_Daqui de cima não aparenta a pouca idade.
_Mas, acredite, é verdade. É ela, com todo horror e iniqüidade.
... _ Lá estão os urubus. O que será que estão fazendo?
_Devem estar aqui pelo cheiro.
_Eu diria que: não! Daqui do céu não ouvem o Samba-Canção.
Quem são aqueles, felizes, ali no chão?
_Aqueles ali?! ... Aqueles são meus amigos !
Ouça o que cantam:
_Somos a turma que mais... !
_Você fuma?
_Nunca o fiz... Mas, por quê não?!
_Ai você falei ! ... Vai descobrir o doce, que é a vida, assim como eu o achei.
...
_Verdade, me sinto mais leve. De agora em diante, que o vento me leve.
_Mas, tome cuidado para não se exceder.
_Que diferença, se um dia hei de morrer? ... Logo, amanha, estou partindo. Vou voltar no tempo perdido.
_Tens alguma máquina para tal proeza? Se tens, me leve para onde há natureza !
_Se eu bem tivesse, levaria. E voltaria, bem mais que um dia. Um século... um mês ... três vidas, ou mais. Voltaria a ser um feto. Deixaria de ser um inseto e...
_Quanta insensatez... Se tal máquina não possui, pare de sonhar. Só te resta a morte... a sorte !
...
_Talvez, se tivermos sorte, A Máquina seja a morte.
_Bom seria se fosse algo que não fosse noite ou dia.
_O que te aflige?
_É o cru dessa cidade que, não vive, apenas finge.
_Talvez você não a conheça direito.
_Talvez a culpa seja do prefeito.
_Que nada, Companheiro, o buraco é mais embaixo.
Deixa-me te mostrar o que é que eu acho.
...
_ Veja só, eis, então, a grande cidade.
_Daqui de cima não aparenta a pouca idade.
_Mas, acredite, é verdade. É ela, com todo horror e iniqüidade.
... _ Lá estão os urubus. O que será que estão fazendo?
_Devem estar aqui pelo cheiro.
_Eu diria que: não! Daqui do céu não ouvem o Samba-Canção.
Quem são aqueles, felizes, ali no chão?
_Aqueles ali?! ... Aqueles são meus amigos !
Ouça o que cantam:
_Somos a turma que mais... !
_Você fuma?
_Nunca o fiz... Mas, por quê não?!
_Ai você falei ! ... Vai descobrir o doce, que é a vida, assim como eu o achei.
...
_Verdade, me sinto mais leve. De agora em diante, que o vento me leve.
_Mas, tome cuidado para não se exceder.
_Que diferença, se um dia hei de morrer? ... Logo, amanha, estou partindo. Vou voltar no tempo perdido.
_Tens alguma máquina para tal proeza? Se tens, me leve para onde há natureza !
_Se eu bem tivesse, levaria. E voltaria, bem mais que um dia. Um século... um mês ... três vidas, ou mais. Voltaria a ser um feto. Deixaria de ser um inseto e...
_Quanta insensatez... Se tal máquina não possui, pare de sonhar. Só te resta a morte... a sorte !
...
_Talvez, se tivermos sorte, A Máquina seja a morte.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Cão-çado
Poise.. é que...
Você anda meio amarga.
Mas, vive fazendo doce.
Você não é A minha amada,
mas, quisera eu que fosse.
O seu bem eu bem queria, bem.
Mas, nem posso ir além.
Além disso, como vai você?
poise, eu também.
Nem centopeia da tantas patadas
e nem uma pedra aguenta tanto.
Nas suas cores misturadas
eu só vejo preto e branco.
Vai ver, um dia eu ainda morro...
Vai ver sou mesmo um cachorro.
Você anda meio amarga.
Mas, vive fazendo doce.
Você não é A minha amada,
mas, quisera eu que fosse.
O seu bem eu bem queria, bem.
Mas, nem posso ir além.
Além disso, como vai você?
poise, eu também.
Nem centopeia da tantas patadas
e nem uma pedra aguenta tanto.
Nas suas cores misturadas
eu só vejo preto e branco.
Vai ver, um dia eu ainda morro...
Vai ver sou mesmo um cachorro.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Sinestesia Geral
- Te restam poucas horas de vida...
- Me dê um sinestésico doutor!
E de repente
Tudo pára!
Sinto bater em minha cara
O vento que vem de longe
E me conta ao pé do ouvido
Notícias de longe de lá
Me abraça todo o corpo
Como que pra me proteger
Olha em meus olhos
Nos seus um medo de dizer
- Fala Vento!
O que te trouxe aqui tão longe?
Certamente que não o meu desejo
O que te fez vir me ver?
O cheiro acre de podridão
Mil corpos em decomposição
Em meio deles, uma cor tão suave
De teu perfume, grande, imensa saudade
- Trago para ti todos os teus planos
Alguns divinos, outros humanos
E te faço apenas uma pergunta:
Por que os abandonaste?!
-Não foi esta a intenção!
Por favor, acredite!
Não havia o que eu pudesse fazer
Foram outros que os jogaram na prisão!
Vejo minhas mentiras
Rechaçarem em seus olhos
Quem sou eu para enganar
O Tempo e o Vento?
Escuto a cor dos seus cabelos
Se afastar para longe
Morro só, abandonado
Pelos meus sonhos, por não ter amado!
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Cem Dramas
E...
hoje, até a lua estava mais perto.
Na sua boca havia, eu via, meu deserto.
a fumaça do insenso...
eu quase sem senso... meu sensor
Censurado !
E nem sem roupa estou,
nem um olhar se comeu.
...não me mordia,
minha mente ardia.
Seu paradoxo é meu paradigma.
Mesmo sem você, ainda sou eu.
só, eu, nescessito de um trago seu.
Somente eu sou só nós.
Talvez seja muito para o seu faro.
Talvez meu pouco custe caro.
Mas,
S ou eu,
O solene e sonolento.
S ou eu,
seu sono lento.
hoje, até a lua estava mais perto.
Na sua boca havia, eu via, meu deserto.
a fumaça do insenso...
eu quase sem senso... meu sensor
Censurado !
E nem sem roupa estou,
nem um olhar se comeu.
...não me mordia,
minha mente ardia.
Seu paradoxo é meu paradigma.
Mesmo sem você, ainda sou eu.
só, eu, nescessito de um trago seu.
Somente eu sou só nós.
Talvez seja muito para o seu faro.
Talvez meu pouco custe caro.
Mas,
S ou eu,
O solene e sonolento.
S ou eu,
seu sono lento.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Goiabada
Nasceu, cresceu, morreu
Cumpriu todos os seus deveres
Não procriou, coisa de pouco importância
Pra que tanto narcisismo?
Viveu...
Dias bons e dias ruins
Chuvas intensas e um pleno Sol
Brincadeiras, jogos e afins
Momentos de orgulho, momentos de dó
Sentiu crescer dentro de si
Algo estranho, tão diferente
Algo que batia forte
Ao ver aquele pedaço de gente
Guardava palavras e sentimentos
Até que as voltas do mundo
Lhe trouxeram uma surpresa
Olhares tímidos em pedaços de ar
Passos tortos à caminho do céu
Foi um banho gelado de mar
Indiferença salgada
A traição tecida com fios de nuvem
Crueldade nos detalhes do falar
Ao primeiro que deixou que entrasse
Dirigia agora apenas seu ódio e rancor
Maldita alma que de amor gritou
Bendito ferro que o grito calou
O beijo frio
O mais doce da sua vida
Chupava todo o calor
De seu corpo pela nova ferida
Finalmente conseguiu
Pôr cor àquela vida cinza
Vermelho tingia o amor
Negado por todos, querida
Nasceu, cresceu, morreu
Cumpriu todos os seus deveres
Se levantou devagar, estava vida
Foi apenas um sonho, tudo continuava cinza
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Joelhos
Até quando seguirá esse embate?
Essa contenda sem fim,
Esse grande combate?
Cujas armas são silêncio e solidão
Brutalmente usados, como armas de um vilão
E serão duas cabeças a se bater
Duas cabeças que pensavam juntas
Esvaziando pensamentos
Em linhas jogadas a esmo
Flutuando sobre memórias
Até mesmo sob o céu laranja
Da sucursal do inferno
Era capaz de deixar tudo pra trás
E nem mesmo pelo espelho ousava olhar
Todas as coisas que guardei de ti
E as palavras, por mais belas
Mais trabalhadas ou sinceras
Nunca a chegarão aos teus ouvidos
Nem tímidas nem austeras
Até quando vai durar nosso silêncio?
Espero pra ver
Orgulho intacto
Coração partido
Zen
São espaços vazios
Um rio cheio de certezas passageiras
Sem uma pedra, um porto, um cais
Sem o que dizer pra explicar o que faz
Devorando de dentro pra fora
Levanto os pés inexistentes
Vou-me embora
Terra de mil maravilhas
E bocas, nenhuma
Sem palavras para perturbar a paz
Sem beijos para querer mais
Matar o amor
Torturar a saudade
E o vazio prevalece
Nirvana
Vazio.
Um tanto quanto tedioso
Foi meu delírio de grandeza
Estou melhor pequeno
E cheio de certezas
Cheio de sentimentos
Fúteis e mesquinhos
Ao menos estou vivo
Liberdade
Como passam, rápidas, as pessoas pela praça...
Passam, rápidas, enquanto a núvem passa.
Pássaros também passam pela praça.
Passos lentos dou de pirraça.
Se essa praça, se essa pressa,
fosse minha...
eu me mandava, me mandava de lá.
Eu iria de viajem para a lua,
onde o tempo, tempo, passa devagar.
Passam, rápidas, enquanto a núvem passa.
Pássaros também passam pela praça.
Passos lentos dou de pirraça.
Se essa praça, se essa pressa,
fosse minha...
eu me mandava, me mandava de lá.
Eu iria de viajem para a lua,
onde o tempo, tempo, passa devagar.
domingo, 1 de novembro de 2009
Sim...
Simplesmente
Nada mais se sente
Pulsar na gente
Só
Entretanto
Tudo que se faz
Vira pranto,
Pó
Bolha de sabão
Em máquina de lavar
Olhos de Cristal
Sonhos pra sonhar
Sonhos pra sonhar
Notas pra se ler
Cores pra cheirar
Simplesmente só
Sozinho se amar
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Moeda
Muita calma nessa hora
Tudo está por um fio
De um lado minha alma chora
Do outro lado, apenas sorrio
Letras são só letras
Palavras só palavras
O que realmente importa
É a vida que passa
Como um filme
Aos meus olhos
O que importa
Somos nós
Ecocardiograma
Pulsa
Expulsa
Por mais que eu peça
Pulsa
Expulsa
Por mais que eu suplique
Pulsa
Expulsa
Não adianta
Pulsa
Expulsa
Nenhuma das medidas
Pulsa
Expulsa
Por mais loucas ou pensadas
Pulsa
Expulsa
Vai adiantar
Pulsa
Expulsa
Ele não me ouve
Pulsa
Expulsa
E ele talvez te deixe
Pulsa
Expulsa
Para sempre
Pulsa
Expulsa
Dentro dele
Pulsa
Expulsa
Cansei de pedir
.......................................................
Estrânsito
Eles buzinam
Buzinam sem parar
E o verde, imponente,
Se levanta à minha frente
Por que então estou parado?
Eles gritam
Ameaçam sem pensar
E os meus pés não se mexem
Não saio do lugar
Por que estou tão parado?
Chumbo
Chumbo grosso
Imóvel ali
No chão
Sem dono nem mão
Sem salário
Sem patrão
Eles buzinam
Buzinam sem parar
Não adianta
Não vou sair do meu lugar
Até que seja hora.
Sou Lá
Se fez de som esses tijolos
E de concreto fez-se mar
E pra fugir da tua lembrança
Os meus castelos fiz no ar
Eu só queria não lembrar
Eu fui cuidar dos meus jardins
Flores de nuvens pelo céu
Entre passadas, luz do Sol
Entre olhares, voz de mel
De todas as paredes
Cal cuspida
Sal sem pão
Tijolo por tijolo
Meu castelo foi pro chão
Em ti levanto minhas mãos
Dor silenciosa
Lá do alto, lá do alto
Bem longe dos meus dedos
Vão passando suas flores
Rindo do meu desejo
E o que eu posso ser?
Sei lá
Sou lá
Vem cá...
domingo, 25 de outubro de 2009
2001
Estrelas são cabeças
Queimando para sempre
Em seu infinito particular
As idéias que queimam
Deixam loucos os novos aventureiros
Que buscam conforto no espaço
Quem poderá dizer
O que era antes de ser queimado?
O que era antes
Agora e sempre?
Você me abraçaria
Se eu batesse em sua porta
Com a cabeça em chamas?
E queima...
...eternamente
Eu posso ver as estrelas
Tão perto
Tão perto
As estrelas estão caindo
O céu sobre a minha cabeça
Já não é o mesmo de antes
As nuvens correm rápidas
Em lugares tão distantes
As estrelas estão caindo
Aos meus pés no chão
Já não são mais as mesmas
Tão perto, tão perto
O azul cega meus olhos
Pintado de branco, me cega
Não posso olhar pra imensidão
O infinito me assusta
Quem sabe um dia
Quando todas as estrelas estiverem no chão
Poderemos andar pelo céu
Como deuses...
...esquecidos
Eu quero esquecer
Apagar da minha memória
Benditos erros
Me fazem querer
Eu posso ver as estrelas
Tão perto
Tão perto
As estrelas estão caindo
E doem ao bater na minha memória
Tenho medo do infinito
E quero esquecer
Deuses...
...esquecidos
É hora de andar.
Peixe Grande
Nem só de verdades
Se faz um mundo
Nem só de mentiras
Surge um vagabundo
Minha verdade mais escondida
Eu
Minha mentira mais elaborada
Você
sábado, 24 de outubro de 2009
Vó-cê
Vejo em vó-cê
algo que me falta.
Vejo uma nota ruím
ou uma pausa em minha pauta.
Na boca, um sorriso belo
Que parte pelo tabaco,
só um pouco amarelo.
Vejo, quem sabe, o meu futuro.
Só não vejo a flor da sua pele
Quando já está escuro.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Entre
Havia uma presença ali
Alguém nunca visto antes
Um desconhecido completo
Vi ali por instantes
Brutalmente arrancada de mim
Parte integral de todo meu ser
Dúvidas insaciáveis
Mas que posso fazer?
E aquela presença persistente
Não vai embora, insistente
E na virada de supetão
Me deparo com que olhos?
Meus
Vazios
Singelos
Que estranho!
Eu existo.
Moira
Sorrisos em pontas de dedos
Murros em pontas de facas
Lágrimas de fora pra dentro
Vão desaguar... no nada
Um abraço de pedra
Um olho de vidro
Sinceridade escancarada?
Mentira deslavada.
Um ator sem máscara
Uma atriz sem coração
E tudo que sobrou
Não dá nem uma canção
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Bar Doce Lar
Corre, corre,
Anda,
que é tempo de voar.
Tampo,tempo
voa,
ando no mesmo lugar.
Porque é que eu devo ser, se nem o tempo é, certo?
Certamente, à um certo tempo,
tempo longe ou tempo perto,
deixei meu lar aberto,
meu lar de concreto,
me achando muito esperto
pus-me a, porta, fechar.
Caiu chuva,
já fez sol.
Me enruguei de tanto sal
e meu lar agora é bar.
Anda,
que é tempo de voar.
Tampo,tempo
voa,
ando no mesmo lugar.
Porque é que eu devo ser, se nem o tempo é, certo?
Certamente, à um certo tempo,
tempo longe ou tempo perto,
deixei meu lar aberto,
meu lar de concreto,
me achando muito esperto
pus-me a, porta, fechar.
Caiu chuva,
já fez sol.
Me enruguei de tanto sal
e meu lar agora é bar.
...
Sentado na calçada,
de noite, não vejo a lua.
Não vejo os carros,
nem sinto o cheiro que exala da rua.
Não penso em nada.
Nada que não seja o corpo d'uma tal ruiva.
Os carros buzinam,
me assusto, me esqueço...
e fico com raiva.
de noite, não vejo a lua.
Não vejo os carros,
nem sinto o cheiro que exala da rua.
Não penso em nada.
Nada que não seja o corpo d'uma tal ruiva.
Os carros buzinam,
me assusto, me esqueço...
e fico com raiva.
Haja Paciência
Simpatia
Há nela uma bela expressão.
e o mais puro " simpatia ! "
já é quase meu bordão.
Quando atento ao frio,
sabe ser ainda mais.
Seus cabelos, fio a fio...
mais me importam que os jornais,
que as favelas e os demais.
O seu frio que me esquenta,
a face nem sempre atenta.
Espero até os setenta
se for preciso até mais.
e o mais puro " simpatia ! "
já é quase meu bordão.
Quando atento ao frio,
sabe ser ainda mais.
Seus cabelos, fio a fio...
mais me importam que os jornais,
que as favelas e os demais.
O seu frio que me esquenta,
a face nem sempre atenta.
Espero até os setenta
se for preciso até mais.
Efeito Estufa
Só, eu corro enraiado.
Só voce faz raiar meu sol.
Enquanto eu sonho acordado,
esse mar salgado já cobre o farol.
Repassante Sonhatriz
No fim do fundo,
dá-se imunda,
suja, repugnante.
Repassante,
de boca-a-boca,
impregnante,
ficando louca.
Pouca roupa.
Rapa a poupa.
Poupa-me do mal,
da água e sal.
Deixo essa Sonhatriz
e piso...
Pé na terra !
Terra é verde-ardente.
Humano era e é
gente-animal.
Era gentil.
É gentalha.
dá-se imunda,
suja, repugnante.
Repassante,
de boca-a-boca,
impregnante,
ficando louca.
Pouca roupa.
Rapa a poupa.
Poupa-me do mal,
da água e sal.
Deixo essa Sonhatriz
e piso...
Pé na terra !
Terra é verde-ardente.
Humano erra.
Humano era e é
gente-animal.
Era gentil.
É gentalha.
Mas, gente viva não se empalha
Umbigüidade
Vivo num mundo
que, eu sei, não é marte.
Mas, quero viver de arte...
Artefatos,
um explosivo
trago dentro do umbigo...
Ambigüidade na palavra
é o que arde.
Espalho essas por toda parte,
com todo ardor e iniqüidade.
Com um pouco de vaidade,
espalho amor, vejo a verdade,
que sempre será lisa.
que, eu sei, não é marte.
Mas, quero viver de arte...
Artefatos,
um explosivo
trago dentro do umbigo...
Ambigüidade na palavra
é o que arde.
Espalho essas por toda parte,
com todo ardor e iniqüidade.
Com um pouco de vaidade,
espalho amor, vejo a verdade,
que sempre será lisa.
Inteligência Artificial
Pé ante pé
Ante pé
Ande pé
Anti-fé
Fé gera fé
Exagera até
É o que é
E não quer
Mão sobre mão
Contra a mão
Sem refrão
Só citação
Original copiado
Plagiado
Estagnado
Totalmente alienado
Arte de estandarte
Em toda parte
Vem de Marte
O novo tipo de enfarte
Gente mata gente
Povo crente
Católico judeu
Muçulmano inteligente
Nós.
Sempre Você
Quem sou eu?
Eu sou eu.
Mas nem sempre serei.
Mas sou.
Tenho certeza.
Posso mudar,e virar outro,
mas mesmo assim serei eu.
Quem sabe depois um novo outro eu.
Mas,
Eu, sempre eu.
Não importa o que aconteça,
mesmo que eu cresça, ou não cresça,
que eu engorde ou emagreça.
Eu sou meu,
não sou nem do mundo e nem de ninguém.
Sempre, que eu estiver comigo,
Comigo estarei bem.
Não adianta querer fazer com que eu não seja eu,
ou que eu não seja meu.
Serei eu e meu, mesmo no nada,
até mesmo no breu.
Mas no dia que deixar de ser meu,
será porque sou seu.
Sempre fui.
Sempre vou ser.
Sempre você.
Eu sou eu.
Mas nem sempre serei.
Mas sou.
Tenho certeza.
Posso mudar,e virar outro,
mas mesmo assim serei eu.
Quem sabe depois um novo outro eu.
Mas,
Eu, sempre eu.
Não importa o que aconteça,
mesmo que eu cresça, ou não cresça,
que eu engorde ou emagreça.
Eu sou meu,
não sou nem do mundo e nem de ninguém.
Sempre, que eu estiver comigo,
Comigo estarei bem.
Não adianta querer fazer com que eu não seja eu,
ou que eu não seja meu.
Serei eu e meu, mesmo no nada,
até mesmo no breu.
Mas no dia que deixar de ser meu,
será porque sou seu.
Sempre fui.
Sempre vou ser.
Sempre você.
Braços de Mar
Queria ter seus olhos,
Poder ter sua visão.
Queria ter vivido
Na sua imaginação.
Queria ter teus abraços.
Mas, se bem que... melhor não.
Prefiro você no sofá
A ter que ver televisão.
Queria ter Seis olhos,
Poder fazer previsão,
Ter um só ouvido
Quando fosse ouvir que "não".
Queria ter Três braços,
Sendo de aço ou não.
Pra poder te abraçar
E tocar meu violão.
Quem sabe com asas, ao invés
De bolhas, nós pés
Eu pudesse voar através...
Atravessar a cidade, a cidadela
Chegar pela sua janela:
Travesseiro, fronha e vela.
Poder ter sua visão.
Queria ter vivido
Na sua imaginação.
Queria ter teus abraços.
Mas, se bem que... melhor não.
Prefiro você no sofá
A ter que ver televisão.
Queria ter Seis olhos,
Poder fazer previsão,
Ter um só ouvido
Quando fosse ouvir que "não".
Queria ter Três braços,
Sendo de aço ou não.
Pra poder te abraçar
E tocar meu violão.
Quem sabe com asas, ao invés
De bolhas, nós pés
Eu pudesse voar através...
Atravessar a cidade, a cidadela
Chegar pela sua janela:
Travesseiro, fronha e vela.
La vida
Pense no futuro,
Pois o presente agora
Já é passado.
Pois, já no passado,
Todos viviam em seu presente.
E quem é que entende?
Quem entende?
No futuro, lembraremos do nosso presente.
Do presente que vivemos
E do presente que vamos viver.
Assim como hoje penso no passado, ontem.
No passado passageiro,
Passado que, hoje é presente,
Agora não é mais.
Quem entende? Quem entende?
Lá há vida?
Siga, vá em frente,
Pare e pense:
O que te torna diferente?
Tanta gente não entende.
O que muda a sua mente,
Permanentemente?
Sem a lente, em meus olhos,
É que eu enxergo bem.
Pois o presente agora
Já é passado.
Pois, já no passado,
Todos viviam em seu presente.
E quem é que entende?
Quem entende?
No futuro, lembraremos do nosso presente.
Do presente que vivemos
E do presente que vamos viver.
Assim como hoje penso no passado, ontem.
No passado passageiro,
Passado que, hoje é presente,
Agora não é mais.
Quem entende? Quem entende?
Lá há vida?
Siga, vá em frente,
Pare e pense:
O que te torna diferente?
Tanta gente não entende.
O que muda a sua mente,
Permanentemente?
Sem a lente, em meus olhos,
É que eu enxergo bem.
Ana Samgra
Aqui se gasta, ali se paga?
Já nem sei mais.
Há tanta grana.
Já perdi a noção de quantos gramas.
Foram tantos anagramas
Que minha cabeça samgra.
O que te ofusca e me sufoca
É você, viva, fingir morta,
É você, quente, fingir morna.
Morna... lisa,
Me paralisa
Do pé a mente.
Como o pó não se sente,
É indiferente.
Pois, os olhos vão se apagar.
Já perdi a noção de quantos gramas.
Foram tantos anagramas
Que minha cabeça samgra.
O que te ofusca e me sufoca
É você, viva, fingir morta,
É você, quente, fingir morna.
Morna... lisa,
Me paralisa
Do pé a mente.
Como o pó não se sente,
É indiferente.
Pois, os olhos vão se apagar.
E
O que será?
Se há, do lado de lá,
Ana, amanhã.
Se há pele e lã,
Para que se prender?
Se perder nessa vida vã.
Se há pele e lã,
Para que se prender?
Se perder nessa vida vã.
Se ainda é de manhã...
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
3D
Redondo é o mundo
Que:
Virado para um lado, ... Então, olho pra cima...
Para o outro, ... Um céu azul piscina,
Pra frente ou pra traz, ... Já nem sei se minha sina
Estarás sempre de frente, e, ... Para as suas costas. É de sonhar
de costas para si mesmo. ... Em estar
Se, viro ao Leste, vejo o futuro. ... Caminhando no caminho,
Se, à Oeste, o passado, puro. ... Ou que seja um labirinto que eu já sei onde vai dar.
Se, é Norte ou Sul,
O que muda é o tom de céu azul.
Dreprechão
É nele que eu deságuo
Faço, de gotas, rio e mar.
Grito, berro, suplico
Nada, a ele omito
Uso-o só pra disfarçar
A tristeza no meu rosto
O meu gosto a amargar.
Gasto gosto de garganta,
Ensopando minha manta,
Gosto de veia a pulsar.
É berrando meu berreiro
Que me faço caminhar.
Pétalas no chão
Minhas mãos num vão
Que não sei onde vai dar.
Rascunho Final
Gota, gota
Caia, gota
Faça alguma coisa
Garota
Chuva lava minha memória
Gotas de tinta
Manchas de glória
Leva embora, leva embora
Me deixa em branco
Folha nova
Formata tudo
Vem e me ensopa
Vento, vem
E leva embora
Água suja
Tinta morna
E deixa apenas
Espaço novo
De tudo um pouco
Na língua do povo
Tropeço e peço
Me vejo cego
Esforço não meço
Degola meu ego
Prima Vera
Ouvide: “Terra á Vista!”.
Visto todo arvoredo
E as selvagens tribos das índias,
Com suas baterias de barro.
A paz sensível à qualquer faro.
Foram logo cobrando caro
O que não havia ali.
Outras grandes Canoas chegaram
Trazendo muitos panos.
Trazendo muitos planos
Para o tal Pau-Brasil.
Guerreiros das Matas Fechadas
Tiveram suas vidas mudadas
Por um, qualquer, ser vil.
E dessa ferida, aqui encrostada,
Hoje ainda se vê o pus.
Vivendo a realidade severa.
Descanso na Prima Vera,
Prima Ilha de Vera Cruz.
Torres
Dó Mi Fá Lá Sol
Vai e volta
Pausa
O olho brilhando em
Gotas como o orvalho
Penduradas
Pensando em suicídio
Si Ré Fá sustenido
Forte! Fortíssimo!
Pianíssimo
O sapato continua lá
Parado, encarando
Acusando
"Vá embora!"
Dó maior com sétima maior
Sustenta, sustenta
Silêncio
A escova de dentes sumiu
Sarcástica, enigmática
Debochando do
Suicídio de gotas em massa
Silêncio, silêncio
Si diminuto
Silêncio
Escuro, frio,
Réstia de luz
Esquenta, esquenta,
Alegra
Fortíssimo!
Repouso em Dó maior
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Relógio de Sol
O amanhã é um dia banal
É o hoje brincando de esconde-esconde no quintal
Correndo pra longe
Fingindo ter uma surpresa, novidade
Alguma nova brincadeira
Ele corre e pula
Foge do nosso controle
Confunde nossa razão
Pois sempre sabemos de onde virá
Mas nunca sabemos o que esperar
Em seu sorriso matinal amarelo
Esperança pra uns
Mais um dia de espera pra outros
Estica suas preguiçosas horas
Invadindo nossa santa paciência
Pois o amanhã tem seu próprio tempo
Não compatível com o da ciência
Um dia vou pegar esse moleque pelo pé
Sentá-lo na minha frente
Vou conversar com ele até descobrir
Tudo que planejou pra mim
Mas quando chegar o novo sorriso amarelo
Que surpresa!
Maldito moleque mentiroso!
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Caleidoscópio
Olho pelo retrovisor
E ao relaxar os olhos e perder o foco
Uma pedra voa e estilhaça o espelho
Minha vista se perde nesse caleidoscópio
Recheado, em cada uma de suas partes,
Com um tipo de realidade paralela
Baseada no que eu não sou
Pois não posso ser as escolhas que não tomei
Penso então se eu seria alguém melhor
Balanço a cabeça: "Que bobagem!"
A estrada passada só leva ao começo
E estamos todos afim de um belo final
Belo e triste
É o final.
Só e Somente Só
Um passo após o outro
Vão passando os grãos
Areia pura, sem o menor sinal de vida
Um olhar antes do outro
Achar em outro, você,
Completo no meio desse deserto
Contrações involuntárias
Calafrios
E sempre ali
Sua constante ausência me conforta
Porque sua falta me faz lembrar que você existe
Existe em mim
Existe em toda a minha volta
Um erro premeditado
Com a intenção de dar certo
A companhia de um vulto
De um fantasma
Esse frio me aquece
Que solidão aconchegante
amoC
"O mundo vai acabar"
Anuncia solenemente a abelha rainha
E as operárias continuam a trabalhar
De que lhes importa morrer
Se já não vivem mesmo?
"O mundo vai acabar"
Anunciam os líderes mundiais a seus povos
E em um canto qualquer,
Um garoto se desespera
Ao ver que as pessoas à sua volta
Continuam a trabalhar
Ele chora
Vendo que vai morrer sozinho
Pois como as operárias
Ninguém ali está vivo
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Heroína
Te ver assim
E não saber o que dizer pra te acalmar
Desde o começo pra mim
A maldição foi não saber o que falar
Pra uma alma tão rebelde que se esconde
Entre garrafas de bebidas
E roupas coloridas
Preto e branco são as cores
Com que pinta seus amores
Pra não ter como voltar
Deitada nessa rua
Rosto branco como a Lua
Me fez ver a solidão de ser sozinho
Com um milhão de amigos
Ninguém pra te ajudar
A não seguir os seus instintos
Ela pensa que é imortal
Mas quando descobrir que não
O que será de mim
Sem você pra me abraçar?
Pra me me dizer que tudo vai ficar melhor
Depois da chuva
Heroína da minha vida
Essa menina
Não sabe mais o que é sofrer
Caixinha de Música
Me confundo em você
Não sei onde termino
E onde começa o seu domínio
Vejo que não há limites
Pois teu domínio se estende
Sobre cada mínima parte do meu corpo
Medíocre e humano
Sei que dominas cada canto escuro,
Cada parte misteriosa
Todos os mínimos detalhes
Da minha mente vã
Está em ti o maior pedaço
Do meu coração despedaçado,
Obra da tua mão descuidada,
Que as lágrimas não colaram
Quando eu grito
Das formas mais desesperadas
Conhecidas pela humanidade
Nada se ouve
Pois minha voz está guardada
Numa caixa embaixo da tua cama
E eu a guardei aí
Para que em tuas noites solitárias
Quando nem te lembres da minha exitência
Eu possa de longe cantar
As humildes canções, nas quais tentei
Traduzir minha alma e meu amor
E eu espero que você,
Imprudente e gentil,
Ao ouvir minhas singelas notas
E minhas tortas palavras
Sinta bater em ti, novamente,
O pedaço que te dei
E que este pulsar te acalme
Para que possas dormir bem
Ícaro
Talvez eu tenha exagerado
Mas você sabe que isso não é
Drama, será
Tristeza, talvez
Alegria, seria?
Eu me cansei
De te falar que não queria
Mais saber de tudo aquilo
Que querias me dizer
Não me interessa
Essa peça
Eu não quero
Mais sofrer
Vejo seus pés
Deslizam sobre novas avenidas
Vão voar
Levar você pra longe da minha vida
Pra que
Ficar tão perto do Sol
Se ele queima nosso amor?
Olho pro céu
Não vejo nada que não seja dor
Procuro inventar a nova cor
Que vai cair no quadro sem querer
Que bonito vai ficar se for você
Abra a boca e grite
Deixe que sua alma escape, fuja
Não perca outro momento
Tu quem sabe
Cansei de te dizer
Como amo você
Fotos
Lembra...
Quando a gente se viu,
meu coração pulou
e você nem ligou?
Quando a gente se falou
Você se escondia
E eu dizia quem sou?
Quando nós viajamos,
E o Sol nos queimou
Sem nos esclarecer
O que era amor?
Das vezes que brigamos
Por motivos fúteis
Sem entender a dor?
Das vezes que não atendia
Não importa se fosse
Urgente ou a toa?
Das vezes que eu te disse
Com lágrimas nos olhos
As verdades mais puras:
"Te Amo"?
Me lembro de tudo
É difícil esquecer
Alguém assim
E te peço que lembres também
Não dos mínimos detalhes, como eu
Mas que nunca se esqueça
Que em algum lugar do mundo
Não importa o quanto seja distante
Há alguém pronto pra dizer
"A fila andou"
Cegueira Noturna
De todas as luzes
De todas as cores
O que vale a pena?
De todos os lugares
De todas as pessoas
Quais valem a pena?
De todos os sons
De todas as melodias
Quais serão as sinfonias?
Das lembranças
Das fotos
Quais deverão ser guardadas?
De todos os Sóis que você viu nascer
De todos as Luas que você viu se pôr
Quais foram os que fizeram alguma diferença,
Por menor que seja,
No curso da sua curta vida?
Tudo aquilo que me fez diferença
Partiu de mim
E a mim voltou
Só é cego aquele que tem medo de abrir os olhos.
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